29 de abr. de 2012

Homenagem ao Malandro, digo, Vai Levandowski





Mesmo com toda a lama
Toda a derrama
Com toda a trama
E o melodrama
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai sugando essa mama

Mesmo com todo o esquema
Todo o sistema
Todo problema
Corte Suprema
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski essa algema

Mesmo com o desrespeito
Com a cara dura
Sem ter direito
Justiça escura
Não tem mais jeito
STF não tem cura

Mesmo com autocracia
Burocracia
Corregedoria
Nem cidadania
Nem corregedoria
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai pagando mordomia

Mesmo com tanto escroque
Tanto desboque
TV Justiça
Não dá Ibope
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski esse choque

Mesmo que nos oprima
Nunca redima
E nos reprima
Com tudo em cima
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski
A gente vai levandowski essa anima

Mesmo com a gente incrédula
Com tanto pústula
Com todo rábula
Em toda súmula
A gente vai levandowski,
A gente vai tocando,
A gente vai bombando,
A gente vai detonando esse Lula!


8 de abr. de 2011

Entre a dor e o egoismo



Ainda não acordei do pesadelo. É como se eu ainda tivesse meus filhos pequenos, no colégio, e precisasse agir, imediatamente, pra proteger os dois. Cheguei a sonhar que um monstro saía do meio do chão, primeiro insignificamente pequeno, depois imenso, e que ia engolindo famílias, enquanto em caminhava com meu filho pela rua. Dá náusea ver e ouvir os choros das mães, dos familiares, dos amigos e das crianças que testemunharam a chacina, vontade de desligar televisão, não entrar nos sites de notícias, esquecer. Mas não tem como desligar este botão interno que liga cada um ao fato e às vítimas.
Vi uma profissional experiente e sempre serena,  Sandra Annemberg, se perder, literalmente, diante das câmeras, no Jornal Hoje, logo depois da exibição do vídeo sobre o enterro de uma das meninas assassinadas e da chuva de pétalas de rosa promovida por um helicóptero da polícia. Tenho visto profissionais de psicologia e de psiquiatria de diferentes correntes, psicólogos, educadores, jornalistas, todos perplexos repetindo e repetindo a carta do assassino,  explicações médicas, palpites, dúvidas. Nada explica, nada consola.
O corpo de Wellington Menezes de Oliveira, que calmamente foi executando crianças e adolescentes, até o momento em que escrevo estas linhas, não foi procurado por nem um parente, ou amigo, ou quem sabe, alguém com piedade suficiente para enterrar  um bandido imperdoável. E eu, e o país inteiro, aqui, sem nem saber direito o que escrever, tentando fazer meus trabalhos, tocar a vida, agradecer pela chance de nunca ter vivido um horror desses ao vivo.
Assisto a meus colegas, de diferentes veículos de comunicação, tentando cumprir sua obrigação profissional, alguns mais sóbrios, outros menos, mas todos, sem exceção, assinalando no que falam, no que escrevem, no que exibem na telinha, que estão, também, tristes, assustados e ainda incrédulos. E até aquele repórter que pergunta ao pai, que fala sobre o medo do filho, que estuda em escola particular, longe da cena do crime se este pai chorou, em vez de me irritar, como habitualmente acontece, ganha minha solidariedade porque ele também, que segura o microfone, com certeza quer também saber se todos se sensibilizaram e sofrem como se deve sofrer nessa hora.
Grades, mais guardas, proibir venda de armas com mais rigor, controlar a venda de armas com efetividade, evitar que se trafiquem armas, mais câmeras de segurança, funcionários mais atentos, treinamento de alunos diante de situações como essa, mais assistentes sociais com maior suporte do pai-Estado para tratar das feridas nas comunidades carentes, mais psicólogos para atentar aos sinais de um aluno problema e dos que cometem bullying, a lista é longa de ações para que isso nunca mais aconteça. Por enquanto, porém, é luto, é tristeza. Não consigo achar solução para nada. Só, egoisticamente, celebrar a vida dos meus filhos e dos filhos de meus afetos.

29 de mar. de 2011

"The Look Of Love"

Putz, nunca me imaginei tão "por fora", mal informado e, sobretudo, desatualizado... Fato é que, vez ou outra, escutava no rádio uma deliciosa voz, cantando um standart da música americana, num arranjo todo "suingado" do Sérgio Mendes. Nunca conseguia saber de quem era a voz, até que, hoje, ao escutá-la de novo, parei com tudo o que fazia e esperei o locutor anunciar: Fergie!

Bem, fiquei exatamente do mesmo tamanho; nunca ouvira falar de tal cantora. Supus que fosse uma jazz singer, dessas que adoram bossa nova e, claro, uma notória desconhecida. Bem, antes de continuar vou pôr a canção pra tocar: é The Look Of Love, clássico de Burt Bacharach, de 1967, quando a cantora ainda nem tinha nascido...



Mas, ledo engano! Trata-se de uma pop star, que emplacou meia dúzia de top hits nos últimos 3 ou 4 anos e tem uma carreira empresarial digna de estrela do cinema (aqui para uma rápida biografia). Mas, principalmente, trata-se de um AVIÃO, modelo boeing 747 ou superior, de fazer cair o queixo de qualquer mineirinho...


Putz, como pude ficar sem esses... look of love e voz por tanto tempo?
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