22 de out. de 2010

MEU CARO CHICO* (by RM)




Meu Caro Chico (espero que o poeta não se incomode com a paródia)

Meu caro Chico me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço companhia
Votar na Dilma me causa muito rubor
Um certo asco, baita azia

Aqui na terra por debaixo do lençol
Tem muita lama, muito rolo e álcool
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta a levar a situação
Oposição levando de teimosa e de pirraça
O Lula vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro Chico eu não pretendo provocar
Nem atiçar sua lealdade
Mas acontece que só sabem furtar
Isto nem é mais novidade

Aqui na terra por debaixo do lençol
Tem muita lama, muito rolo e álcool
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra explicar o Mensalão
A gente indignada nunca viu tanta tolice
Pior que o Zé Dirceu só mesmo a Erenice

Ninguém segura esse rojão

Meu caro Chico eu quis até telefonar
Ser grampeado não tem graça
Eu ando aflito com essa coisa de ficar
Refém do crime e da trapaça

Aqui na terra por debaixo do lençol
Tem muita lama, muito rolo e álcool
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo barbudo
Quando não é crônico, o roubo é agudo
Ninguém segura esse rojão

Meu caro Chico eu bem queria lhe escrever
Mas os Correios afundaram
Em tanta lama, roubalheira pra valer
Notícias que não acabaram

Aqui na terra por debaixo do lençol
Tem muita lama, muito rolo e álcool
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Erenice manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na quadrilha e nas crianças
O Franklin aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus





(*) O compositor e sua obra continuam geniais. O cidadão tem todo o direito de apoiar quem bem entender. Mas a figura pública, a personalidade, sei não...
.

6 comentários:

Sylvio de Alencar. disse...

Ficou bom.
De fato, mas não creio que só a 'figura publica' que é cretina... Claro, é minha opnião.

Abrçs.

Sylvio de Alencar. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luna Sanchez disse...

"Ser grampeado não tem graça"

Rs

Também continuo apreciando demais o compositor (já que o intérprete não me agrada tanto), sua escolha política (equivocada) não muda isso.

* Saco cheio da repercussão da cena da tal bola de papel, da postura infantil do PT, será que só pra mim esse assunto já deu o que tinha que dar? Imagina se a vítima tivesse sido a Dilma? Falariam eternamente sobre o desrespeito com as mulheres e tal...

Beijo, RM.

ℓυηα

Luna Sanchez disse...

Ah, pra constar : fiquei cantarolando a paródia, gostei muito! ;)

Roney Maurício disse...

Sylvio,
muito obrigado. Acho que me diverti mais que os amigos leitores... rss

Luna,
e, "antigamente" (quando você ainda não tinha nascido), a gente reclamava da ditadura por coisas como grampear telefones ou correspondências...
Muito obrigado, querida. Um beijão!

Sylvio de Alencar. disse...

Não não!!!!
Nos divertimos tanto quanto vc!!!!!
Meu, ficou um sarro!!!!!!

Na verdade, um monte de poemas dele servem para paródias, uma vez que ele fez muitos voltados a descer a ripa na ditadura.

Usar este, que é emblemático, para lhe dizer (a ele), que a coisa - hoje - tá preta, é GENIAL!!!!!!!!

Abração, meu 'chico mineiro'!
:P