abre o velho piano esquecido no canto da sala
senta-se acomoda-se respira fundo
pensa na música
Naquela Mesa de Sérgio Bittencourt
embora da letra se lembrasse muito pouco
gostava dos acordes
da correria pelo teclado em dós sustenidos
e gemidos
de fás e lás maiores
de menores os sis de ausência
talvez por isso se complicasse bastante com as teclas
do computador, do microondas e da máquina de fazer pães
dedos longos unhas curtas esmalte claro
uma profissão se emendava à outra...
o primeiro piano a primeira audição
a paixão pelas telas pelas tintas pelas cores
depois as palavras...
e as mãos estavam lá escolhendo acordes
testanto cores escrevendo palavras soltas
mas irremediavelmente sós
na madrugada
lembrou-se dos últimos meses
lembrou-se dele
ela não queria um caso queria a história de amor
na madrugada desfez-se em nós
lançou-se ao abismo de
sis sustenidos de
rés maiores
de mis menores
fechou o piano
jogou fora recordações...
o dia amanhecerasol maior
sobrevivera
17 de jul. de 2009
meus rés sustenidos (by Tetê)
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10 comentários:
que a madrugada fria se transforme sempre em solarenga manhã precedida por uma aurora com acordes de esperança... sempre em sol maior!
beijinhos e cont de boas férias
Tetê...
Esses sentimentos que nos encurrala...
Corremos em círculos, sem achar a saida... amiga...
Sobreviver necessário se faz!
Uma fuga, durante a madrugada que castiga.
A liberdade que vem com o sol.
Lindo, Tetê. Emoção que transborda.
Beijos, flor. Saudades de ti.
ℓυηα
Tetê querida!
Cada palavrinha tua, soou como um acorde no meu coração ...
Cheguei até a ouvir o teu som !
O meu coração está agradecido pelo teu tom ...
Beijos afinados de carinho!
Helô
Gabrielle, Ava, Luna e Helô,
como a Tê está de férias, agradeço em nome dela os gentis comentários.
Tê,
o texto é muito bom, você tá caprichando, heim nega?
Lembro-me da letra toda, dedicada ao pai do autor, Jacó do Bandolim:
"Naquela mesa ele sentava sempre/E me dizia sempre o que é viver melhor/Naquela mesa ele contava histórias/Que hoje na memória eu guardo e sei de cor/Naquela mesa ele juntava gente/E contava contente o que fez de manhã/E nos seus olhos era tanto brilho/Que mais que seu filho/Eu fiquei seu fã/Eu não sabia que doía tanto/Uma mesa num canto, uma casa e um jardim/Se eu soubesse o quanto dói a vida/Essa dor tão doída, não doía assim/Agora resta uma mesa na sala/E hoje ninguém mais fala do seu bandolim/Naquela mesa ta faltando ele/E a saudade dele ta doendo em mim"
Bonito!
Um beijo,
doce de lira
RM,
Essa letra citada no teu comentário, me põe a chorar desde criança. Lembro que pedia que meu pai colocasse essa música (geralmente aos domingos de manhã), e me acabava de chorar. Sempre me emocionou, é linda demais!
Para animar, na sequência escutávamos Adoniran Barbosa :
http://vagalume.uol.com.br/adoniran-barbosa/samba-do-arnesto.html
Rs
Obrigada pelas lembranças. Saudosismo bateu forte, aqui.
Dois beijos,
ℓυηα
Ei Luna,
é mesmo tocante essa música do Sérgio Bitencourt, que produziu outras belas canções, como "Modinha", por exemplo.
E o pai dele, o velho Jacó do Bandolim, era um dos grandes do choro.
Deliciosos esses arcordes.
Parabéns!
beijos, Tetê
abraço RM
RM, ObrigadA!
Тєтê
.......ям иσ νєявσ
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