As histórias de quatro mulheres comuns, retratadas no AfroditepraMaiores , http://afroditepramaiores.blogspot.com/2009/09/nascidas-em-decadas-diferentes-quatro.html, fizeram-me lembrar de algumas grandes mulheres comuns que escandalizaram o mundo, por pensarem e agirem diferente em sociedades castradoras, machistas e preconceituosas. Ainda hoje cobram da mulher comportamento padrão-certinho, conduta ilibada, mãe/modelo, esposa/Amélia, profissional/sucesso, mulher/santa, moça/donzela... Qualquer desvio do padrão e lá vem uma enxurrada de críticas e o famoso comentário maldoso, sibilado entre dentes, daqueles que se julgam guardiães da moral e dos bons costumes.
Entre tantas, inevitável lembrar-se de Leila Diniz. Fui ver o que existe sobre ela na internet e a pesquisa transformou-se em uma deliciosa leitura sobre essa mulher aqui , aqui e aqui. Leila, bem à frente de seu tempo - e seu tempo já foi há um bom tempo (finais da década de 60 e início dos anos 70) -, desafiou todas as regras, convenções e "leis", e botou a boca no trombone e no mundo, abalando a sociedade e a imprensa brasileiras da época. Morta em um acidente aéreo em 1972, com apenas 27 anos, ainda hoje é símbolo de liberdade e liberação femininas no Brasil.
Uma famosa e bombástica entrevista ao jornal Pasquim aqui , deixou de "cabelo em pé" os moralistas de plantão e os donos da tesoura da censura criaram uma lei de censura prévia, apelidada de Decreto Leila Diniz. Seguem algumas
frases que refletem o espírito de uma mulher livre:
“Eu trepo de manhã, de tarde e de noite.”
“Posso dar para todo mundo, mas não dou para qualquer um.”
"Nunca comi mulher nenhuma porque elas não tem pau. E pra mim pau é um negócio essencial."
"Todos os cafajestes que conheci na minha vida eram uns anjos de pessoas."
"Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo.”
“Não morreria por nada deste mundo, porque eu gosto realmente é de viver. Nem de amores eu morreria, porque eu gosto mesmo é de viver de amores.”
“Não sou contra o casamento. Mas, muito mais do que representar ou escrever, ele exige dom.”
"Eu tenho pena de homem não poder ficar grávido."
Impossiveel definir e resumir Leila Diniz, em um post apenas. Leila é o ícone de uma época e precursora da mulher liberada e feliz. Uma mulher que não teve medo de ser feliz!
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