FRATERNIDADE
Bernadette Lyra*
Há quem venha como eu por estranhos caminhos
Há quem voe como eu por estranhos espaços
Há quem ande nas asas do vento
e quem suba mais alto
que o vôo mais alto
dos pássaros.
Repartir-se mais simples que o pão
dar-se lhano qual água
estendidas mãos magras tocar como quem colhe
um fruto
há quem saiba.
Nos descantos
da morte
acalanto
há quem cante.
Há quem vague como eu. Por desertos
navegue.
Quem se perca
por poucas doçuras. Desatinos
quem faça.
As amarras da terra, talvez, há quem parta.
Todo tédio do mundo
há quem desça até o fundo.
Há quem traga
também, como eu,
enterrado nos ossos
este humano cansaço.
(*) Maria Bernadette Cunha de Lyra é escritora e professora da UFES. Tem dezenas de trabalhos publicados, entre ensaios, ficção e poesia.
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30 de dez. de 2010
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5 comentários:
Que belo poema!
Há quem se emocione com uma homenagem tão bonita!
Estão de parabéns, o blog continua sendo um ponto de encontro de pessoas especiais.
Beijos a todos voces!
Nossa adorei, fiquei sem ar
estou seguindo...bjs
Ei Ava,
é minha "mensagem" de fim de ano, para TODAS as autoras desse blog. Sinta-se incluída e aos que não a conhecem basta clicar na tag "by Ava"...
Thais,
bem vinda! Agradeço o simpático comentário.
Como iniciante no blog do generoso RM, agradeço pela honra de dividir este pedaço de chão virtual com você.
A honra é toda minha, Maristela. E muitas felicidades neste 2011...
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